AMIGOS DA BLACK

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NOSSA RAIZ,NOSSA HONRA

sábado, 28 de maio de 2011

SAUDADES, MUITA SAUDADE DO NOSSO JOÃO DO PULO...

NOSSO JOÃO...



João Carlos de Oliveira (1954-1999), o João do Pulo, foi um dos maiores ídolos do
Sua primeira grande façanha aconteceu quando ele quebrou o recorde mundial no
O recorde de João só foi quebrado 10 anos depois, em 1985, pelo americano Willie Banks. Willie saltou 17,97 metros. Até hoje, nenhum atleta conseguiu superar esse recorde.
A HISTÓRIA
João do Pulo conseguiu a medalha de bronze no salto triplo nos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, com a marca de 17,22, mas nunca se conformou com a anulação de três saltos seus, por queimar a linha. Para muita gente, pareceu que os juízes tinham forçado a barra para que o soviético Saneyev ficasse com a medalha de prata. Para João, restava a certeza de que havia batido os 18 metros e quebrado mais um recorde mundial. "Chorei pela primeira vez na minha vida", confessou depois.

Em 1982, o atleta encerrou tristemente a carreira depois de um grave acidente de
 
O apelido era sugestivo, João do Pulo. Mas ele não pulava. Voava. O dia em que voou mais alto foi em 15 de outubro de 1975, na Cidade do México. João Carlos de Oliveira, que completa o trio de medalhistas olímpicos do país no salto triplo, cravava 17,89 m nos Jogos Pan-Americanos. Recorde mundial, que demorou quase 10 anos para ser batido. Mas, na América do Sul, a marca do brasileiro ainda permanece intacta. E, neste sábado, completa 30 anos de vida.

A história desse recorde, imbatível no continente por 10.958 dias, começou a ser desenhada já no caminho para o estádio. "Eu me lembro que fomos do hotel para o estádio em um carro de um repórter de uma revista, que nos deu carona. Fomos eu, o João e o Nelson Prudêncio. Já se esperava um grande resultado, não só do João, mas do Prudêncio também", relembrou Pedro Henrique Camargo de Toledo, o Pedrão, 66, técnico de João do Pulo na época e ainda na ativa.

"O João entrou para a competição para conseguir uma medalha de bronze. Eu esperava que ele fosse conquistar um grande resultado, mas não o recorde", comentou Pedrão sobre seu pupilo, à época apenas com 21 anos.

Mais de perto, de dentro da pista, Prudêncio, 61, paulista de Lins e hoje professor da Universidade de São Carlos, já visualizava que aquele seria um dia inesquecível para o atletismo brasileiro e mundial. "Ele já tinha vencido o salto em distância e todos nós tínhamos a expectativa de que fosse muito bem no triplo. Logo no aquecimento eu vi que ele estava saindo do chão com uma facilidade tremenda. A gente percebe isso, tem aquele 'feeling'", comentou o triplista.

O recorde parecia que estava escrito que seria batido. O segundo salto, de acordo com Prudêncio, já havia sido sensacional. Mas a marca foi conquistada na quarta tentativa. "Ele veio correndo com uma vontade enorme. E eu estava lá, assistindo aquele salto ali de perto. Perdi totalmente o controle. Para nós o recorde foi uma alegria imensa", lembrou Prudêncio. "Naquele instante, eu disse 'que beleza'. O Ralph Boston [norte-americano, ouro no salto em distância nos Jogos de Roma-1960, prata em Tóquio-1964 e bronze no México-1968], que era meu amigo e estava ao meu lado, disse 'unbelievable' [incrível, extraordinário, inacreditável, em português]."

Curiosamente, depois do recorde mundial, Prudêncio, que já tinha em seu currículo duas medalhas olímpicas, tomou uma decisão inusitada para um atleta de alto nível. "Ah, eu não saltei mais. Não tinha o que fazer. Eu tinha a pretensão de fazer 17,60 m. Mas o meu avião tinha 900 km por hora. O do João estava muito acima disso", lembrou.

Recordes mundiais geralmente são batidos em centímetros, centésimos de segundo. Antes de João do Paulo saltar 17,89 m, a melhor marca pertencia ao soviético Viktor Saneyev, que em 1972, em Sukhumi, havia conquistado 17,44 m, 45 centímetros a menos que a distância conseguida pelo brasileiro. "Houve uma série de coisas que contribuíram. Ele teve uma boa preparação, bons treinamentos, já tinha o ouro no salto em distância. De repente veio o recorde. Foi uma grata surpresa, uma emoção indescritível até hoje", falou Pedrão.

Filho de Paulo e Maria de Oliveira e paulista nascido em Pindamonhangaba, João do Pulo, que quando moleque tinha o sonho de ser jogador de futebol, fechou um trio de medalhistas olímpicos brasileiros no salto triplo. A história começou com o paulistano Adhemar Ferreira da Silva (29/09/1927-12/01/2001), ouro nos Jogos de Helsinque-1952 e Melbourne-1956. Seguiu com Prudêncio, 61, prata na mesma Cidade do México-1968, e bronze em Munique-1972. E foi completada por um "tal" de João Carlos, bronze em Montreal-1976 e Moscou-1980. Além das medalhas olímpicas, outro ponto em comum: todos quebraram recordes mundiais.
A marca, que já era um "absurdo", poderia ter sido melhorada em duas outras oportunidades. Nos Jogos de 1980, ele teve um salto anulado pela organização, que alegou que ele tinha tocado com os dois pés no chão em sua segunda passada. O brasileiro pediu para ver a marca, mas os árbitros disseram que a pista já havia sido limpa. "Era um salto para recorde, para 18 m", disse João do Pulo na ocasião.

No mesmo 1980, no meeting em Bratislava, na atual República Tcheca, ele também saltou para novo recorde, mas a marca foi invalidada pela arbitragem. "Anularam um salto dele muito além dos 18 m", disse Pedrão.

O destino, no entanto, fez com que o heróico João do Pulo se humanizasse de maneira trágica em 1981. "Tem de haver algumas coisas para os pobres mortais", contou Prudêncio. No dia 22 de dezembro, depois de participar da formatura de uns amigos em Campinas, ele voltava para São Paulo pela via Anhanguera. O quilômetro era o 87. Ali, seu carro se chocou com o do operário João Mariano da Silva, que vinha na contramão. Silva morreu na hora. João do Pulo encerrava sua carreira precocemente, aos 27 anos.
No dia 9 de setembro de 1982, João do Pulo teve de amputar a perna direita. "Foi uma tristeza, uma tristeza muito grande. A partir do momento que ele perdeu a perna, ele passou a caminhar para a perda da vida", disse Pedrão. "Ele tinha condições de ser ainda de melhor. Para mim, pelos resultados que ele tinha, ele estava credenciado a competir nos 100 m, 200 m, 4x100 m, salto e distância e salto triplo, sempre com a mesma eficiência, como o Carl Lewis."

Era o fim do trio que botava medo nos gringos quando entrava nas pistas para o salto triplo. "O João era tocado por uma humildade, não era piegas, era um cara bom, gostava das crianças, das pessoas, os grandes resultados nunca subiram à sua cabeça", afirmou Pedrão. Com uma nova vida, João do Pulo então se formou em Educação Física e tentou a carreira política. Teve sucesso, sendo eleito deputado estadual por São Paulo em 1986 e reeleito em 1990.

Passou a lutar pelos direitos dos deficientes físicos e tentou nova eleição em 1994, mas, dessa vez, ficou fora da Assembléia. Tinha uma padaria e uma transportadora, mas ambos os negócios faliram. Sobrevivia com a aposentadoria do Exército e chegou até a ser preso por não pagar pensão alimentícia à sua filha. Sem amigos, tinha agora a companhia da bebida e da depressão.

O ano de 1999 tinha tudo para marcar uma nova vida a João. Aos 42 anos, trocou sua prótese e, animado, queria competir nas Paraolimpíadas de Sydney, no ano seguinte. Mas, em abril de 1999, foi internado na Beneficência Portuguesa, em São Paulo, com broncopneumonia. Levado à UTI (Unidade de Terapia Intensiva), os médicos detectaram também uma hepatite. Um dia depois de seu aniversário de 45 anos, inconsciente, o homem que sobrevoou o mundo e virou até música de João Bosco e Aldir Blanc, morreu por falência múltipla de órgãos e infecção generalizada.
Você foi um negro rei,un negro herói,um negro orglho
atletismo brasileiro. Foi um menino muito pobre, mas correu (ou saltou?) atrás do seu sonho e se transformou em um grande atleta, conhecido no mundo todo.salto triplo - três saltos seguidos onde se mede a distância alcançada da linha de partida ao último salto. Foi em 1975, quando ele atingiu a fantástica marca de 17,44 metros. Ele conseguiu saltar a mesma distância mais duas vezes. É a mesma coisa que saltar um quarteirão inteiro! carro, em que perdeu a perna direita. Mas ficou para sempre na memória dos brasileiros como o grande João do Pulo.

Um comentário:

  1. Bom dia, gostaria de utilizar imagens do João do Pulo em material paradidático sobre a história das olimpíadas, sabe onde consigo imagem que possa utilizar? Somos uma empresa de Curitiba. Obrigada

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